Edgar Morin se interroga sobre três evidências - o amor, a poesia, a sabedoria - que iluminam nossas vidas. O amor - lembra Morin - só vive em estado de "enamoramento", a poesia representa um "estado segundo", enquanto sobre a sabedoria questiona: pode haver uma sabedoria moderna?

emprestado à pierrot-moon no almoço vegetariano bc :D

Além da excelente companhia dos BookCrossers e da saborosa comida do almoço vegetariano irei ter a leitura deste livro para me recordar o encontro dos BCs.
Obrigada pela partilha, Dharam, foi um prazer conhecer-te.

"O nosso presente está em busca de sentido. Mas o sentido não é originário, não vem do exterior dos nossos seres. Emerge da participação, da fraternização, do amor. O sentido do amor e o sentido da poesia é o sentido da qualidade suprema da vida. Amor e poesia, quando concebidos como fins e meios de viver, dão plenitude de sentido ao «viver para viver»."

Livro muito interessante na abordagem e interligação dos conceitos.

WILD RELEASE NOTES:

Pic Nic bookcrossing - RMBL

Apanhei-o no piquenique do dia 2 de Maio.

Tenciono ir ao de 16 de Maio, fica aqui a informação :)

"Então o que é o Amor?
É o auge da união da loucura e da sabedoria.

É por isso que o amor talvez seja a nossa religião mais verdadeira e, ao mesmo tempo, a nossa doença mental mais verdadeira.

Fernando Pessoa dizia que em cada um de nós existem dois seres. O primeiro, o verdadeiro, é o dos nossos devaneios, dos nossos sonhos, que nasce na infância, que se persegue toda a vida, e o segundo ser, o falso, é o das aparências, dos nossos discursos, dos nossos actos, dos nossos gestos.

A finalidade da poesia é a de nos colocar em estado poético.

O individualismo possui uma face iluminada e clara: são as liberdades, as autonomias, a responsabilidade. Mas ele possui uma face sombria cuja sombra se desenvolve em nós: a atomização, a solidão, a angústia.

A linguagem humana não responde apenas a necessidades práticas e utilitárias. Responde às necessidades de comunicação afectiva. A linguagem humana permite dizer palavras gentis. Permite, igualmente, falar por falar, dizer não importa o quê pelo prazer de comunicar com outrem.

A afectividade comporta, evidentemente, um aspecto negro. O aspecto cor-de-rosa é a participação, o amor, as trocas (...).

O aspecto negro aparece (...) com a facilidade de se encolerizarem por nadas (...).

A afectividade é, simultaneamente, o que nos cega e o que nos ilumina, mas a afectividade humana inventou algo que não existia: o ódio, a malvadez gratuita, a vontade de destruir por destruir.

Verei o esforço de sabedoria algures, vê-lo-ei no esforço de auto-ética. A auto-ética é, em primeiro lugar, evitar a baixeza, evitar ceder às pulsações vingadoras e mesquinhas.

A auto-ética é, em primeiro lugar, uma ética da compreensão. Devemos compreender que os seres humanos são seres instáveis, nos quais existe a possibilidade do melhor e do pior, alguns tendo melhores possibilidades que outros; devemos compreender, também, que os seres têm múltiplas personalidades potenciais e que tudo depende dos acontecimentos, dos acidentes que lhes sucedem e que podem libertar algumas delas.

Mas a compreensão leva-nos a outra coisa: à aptitude ao perdão e à magnanimidade, que é algo que devemos cultivar.

O importante, na vida, é o amor. Com todos os perigos que carrega."

Provavelmente numas destas carreiras da carris: 79, 708, 31