It's a new month... time for some new bug fixes!
While Matt is still working on harnessing the book data that we all have contributed to, and making it available for searches, he's also been rather busy fixing other things, and even adding some nifty little features. Read all about it in this Announcements forum post.Todos os nomes
Registered by Patiblue on 3/9/2006
4 journalers for this copy...
José, um funcionário da enormíssima Conservatória Geral do Registo Civil, colecciona nomes, organizando dossiers sobre pessoas famosas. Um dia decide coleccionar os dados civis de uma mulher anónima como ele. No entanto, essa desconhecida desaparece durante a sua investigação...
Como sempre, perturbador...
Como sempre, perturbador...
Foi na BookBoxRing de Jota-P, por tema: Prémios Nobel da Literatura.
Journal Entry 3 by Patiblue at Bookbox in Vila Nova de Milfontes, Beja Portugal on Thursday, March 9, 2006
Released 18 yrs ago (3/10/2006 UTC) at Bookbox in Vila Nova de Milfontes, Beja Portugal
WILD RELEASE NOTES:
RELEASE NOTES:
BookBoxRing#1 Prémios Nobel da Literatura.
BookBoxRing#1 Prémios Nobel da Literatura.
Chegou-me de Ponta Delgada, tenho e já o li (recomendo a quem tem 'medo' de ler Saramago), por isso vai passear até Coimbra!
É verdade... Sou um fã de José Saramago. Já tive oportunidade de ler alguns livros dele e até agora gostei de todos. Já me falaram deste Todos os Nomes e tenho curiosidade em lê-lo.
Obrigado Patiblue pela oportunidade de conhecer ainda melhor este autor.
Depois de o ter lido deixarei aqui a minha opinião e o livro vai ser lançado em BookRing, BookRay ou, quem sabe, em nova BookBoxRing.
Obrigado Patiblue pela oportunidade de conhecer ainda melhor este autor.
Depois de o ter lido deixarei aqui a minha opinião e o livro vai ser lançado em BookRing, BookRay ou, quem sabe, em nova BookBoxRing.
E passados mais de 2 anos, decidi-me a pegar neste livrinho, que estava ali na prateleira há tempo suficiente para que eu lhe desse atenção!
Para ser sincero, sempre gostei muito dos livros de Saramago que li, uns mais (A Jangada de Pedra, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, Memorial do Convento, sendo que este está entre os 10 livros que mais gostei de ler até hoje), outros menos (História do Cerco de Lisboa) e outros assim-assim (O Ano da Morte de Ricardo Reis). Este Todos os Nomes terei de o colocar entre aqueles que gostei menos, não por ser pior que os outros, mas por uma questão de gosto pessoal.
A certa altura, diz o Sr. José (personagem principal deste livro) ao seu tecto (!) o seguinte: "Vivia em paz antes desta obsessão absurda, andar à procura de uma mulher que nem sabe que existo" (pág.158). Precisamente! Quem é que se lembra de escrever um livro sobre um homem que trabalha numa Conservatória Geral do Registo Civil e que, de repente, se sente impelido a procurar uma mulher da qual não sabe nada e, chegado ao fim, pouco fica a saber dela? Essa é a premissa do livro, a qual não achei especialmente genial, o que me fez ficar com o pé atrás à medida que ia lendo o livro.
No entanto, não se pense que só encontrei aqui aspectos negativos. De facto, houve alguns aspectos do ponto de vista literário e não só que me agradaram. Achei curioso todo o espaço físico em que a história foi ambientada, numa cidade cujo nome nunca ficamos a saber, onde existe um cemitério gigantesco e de estranha configuração e uma Conservatória Geral do Registo Civil enorme e em constante expansão. Eu diria, não sei porquê, que esta história se passa por alturas dos anos 30, talvez porque Saramago imprima esse universo às suas obras, quando não é declarada a data exacta dos acontecimentos que narra.
Também não deixa de ser interessante o facto de Saramago ter conseguido escrever um livro em que a única personagem que tem efectivamente nome seja o Sr. José (penso que no Ensaio Sobre a Cegueira, livro que pretendo ler brevemente, vai ainda mais longe a absolutamente ninguém que lá surge tem nome!).
Depois achei também interessantes algumas críticas subjacentes à organização hierárquica do trabalho ("A distribuição das tarefas pelo conjunto dos funcionários satisfaz uma regra simples, a de que os elementos de uma categoria têm o dever de executar todo o trabalho que lhes seja possível, de modo a que só uma mínima parte dele tenha de passar à categoria seguinte.", pág.12), à fama (pág.197), à burocracia (págs.207 e seguintes), aos debates estéreis entre a elite cultural (pág.225), a par de muitas outras e diversas considerações sobre a morte (pág.240 e pág.252: "O que está para além da morte, nunca ninguém viu nem verá, de tantos que para lá foram, nunca nenhum voltou cá") e, mais especificamente, sobre o suicídio (representado pelo pastor que o Sr. José encontra no cemitério, da pág. 237 à 243) e de todo um pessimismo que atravessa o livro, a que Saramago de certo modo, já nos foi habituando. "(...) o que deves pensar é que os pesadelos da infância nunca se realizam, muito menos se realizam os sonhos" (pág.176).
No entanto, isto tudo não foi suficiente para que, no geral, o livro me agradasse e o considerasse uma das melhores leituras dos últimos tempos. No fundo, esta é a história de um homem que inicia uma busca por uma mulher que nunca encontrará, para além de contar inúmeras situações e episódios completamente desnecessários e maçudos, que nada acrescentam (bons exemplos disso são o diálogo absurdo entre o Sr. José e o enfermeiro ou quando ele assalta a escola e fica lá a dormir uma noite), para além de longos parágrafos em que não abundam os pontos finais.
Quero, contudo, deixar aqui a salvaguarda que considero Saramago um dos autores mais inspirados na literatura portuguesa contemporânea. É um facto que não gostei muito deste livro, mas é de salientar que o mesmo foi publicado em 1997, o ano anterior em que o autor recebeu o Prémio Nobel, pelo que inevitavelmente faz parte das obras que contribuíram para que ele o recebesse. E sem dúvida que mereceu receber o referido prémio. Ler Saramago é algo que não me cansarei de recomendar, porque vale sempre a pena, quanto mais não seja para conhecer a sua maneira de escrever, que se adora ou se detesta.
Obrigado Patiblue por me teres dado a oportunidade de ler este livro, o qual incluí no Desafio do Alfabeto de Autores (letra S). Continuará a sua viagem brevemente!
Para ser sincero, sempre gostei muito dos livros de Saramago que li, uns mais (A Jangada de Pedra, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, Memorial do Convento, sendo que este está entre os 10 livros que mais gostei de ler até hoje), outros menos (História do Cerco de Lisboa) e outros assim-assim (O Ano da Morte de Ricardo Reis). Este Todos os Nomes terei de o colocar entre aqueles que gostei menos, não por ser pior que os outros, mas por uma questão de gosto pessoal.
A certa altura, diz o Sr. José (personagem principal deste livro) ao seu tecto (!) o seguinte: "Vivia em paz antes desta obsessão absurda, andar à procura de uma mulher que nem sabe que existo" (pág.158). Precisamente! Quem é que se lembra de escrever um livro sobre um homem que trabalha numa Conservatória Geral do Registo Civil e que, de repente, se sente impelido a procurar uma mulher da qual não sabe nada e, chegado ao fim, pouco fica a saber dela? Essa é a premissa do livro, a qual não achei especialmente genial, o que me fez ficar com o pé atrás à medida que ia lendo o livro.
No entanto, não se pense que só encontrei aqui aspectos negativos. De facto, houve alguns aspectos do ponto de vista literário e não só que me agradaram. Achei curioso todo o espaço físico em que a história foi ambientada, numa cidade cujo nome nunca ficamos a saber, onde existe um cemitério gigantesco e de estranha configuração e uma Conservatória Geral do Registo Civil enorme e em constante expansão. Eu diria, não sei porquê, que esta história se passa por alturas dos anos 30, talvez porque Saramago imprima esse universo às suas obras, quando não é declarada a data exacta dos acontecimentos que narra.
Também não deixa de ser interessante o facto de Saramago ter conseguido escrever um livro em que a única personagem que tem efectivamente nome seja o Sr. José (penso que no Ensaio Sobre a Cegueira, livro que pretendo ler brevemente, vai ainda mais longe a absolutamente ninguém que lá surge tem nome!).
Depois achei também interessantes algumas críticas subjacentes à organização hierárquica do trabalho ("A distribuição das tarefas pelo conjunto dos funcionários satisfaz uma regra simples, a de que os elementos de uma categoria têm o dever de executar todo o trabalho que lhes seja possível, de modo a que só uma mínima parte dele tenha de passar à categoria seguinte.", pág.12), à fama (pág.197), à burocracia (págs.207 e seguintes), aos debates estéreis entre a elite cultural (pág.225), a par de muitas outras e diversas considerações sobre a morte (pág.240 e pág.252: "O que está para além da morte, nunca ninguém viu nem verá, de tantos que para lá foram, nunca nenhum voltou cá") e, mais especificamente, sobre o suicídio (representado pelo pastor que o Sr. José encontra no cemitério, da pág. 237 à 243) e de todo um pessimismo que atravessa o livro, a que Saramago de certo modo, já nos foi habituando. "(...) o que deves pensar é que os pesadelos da infância nunca se realizam, muito menos se realizam os sonhos" (pág.176).
No entanto, isto tudo não foi suficiente para que, no geral, o livro me agradasse e o considerasse uma das melhores leituras dos últimos tempos. No fundo, esta é a história de um homem que inicia uma busca por uma mulher que nunca encontrará, para além de contar inúmeras situações e episódios completamente desnecessários e maçudos, que nada acrescentam (bons exemplos disso são o diálogo absurdo entre o Sr. José e o enfermeiro ou quando ele assalta a escola e fica lá a dormir uma noite), para além de longos parágrafos em que não abundam os pontos finais.
Quero, contudo, deixar aqui a salvaguarda que considero Saramago um dos autores mais inspirados na literatura portuguesa contemporânea. É um facto que não gostei muito deste livro, mas é de salientar que o mesmo foi publicado em 1997, o ano anterior em que o autor recebeu o Prémio Nobel, pelo que inevitavelmente faz parte das obras que contribuíram para que ele o recebesse. E sem dúvida que mereceu receber o referido prémio. Ler Saramago é algo que não me cansarei de recomendar, porque vale sempre a pena, quanto mais não seja para conhecer a sua maneira de escrever, que se adora ou se detesta.
Obrigado Patiblue por me teres dado a oportunidade de ler este livro, o qual incluí no Desafio do Alfabeto de Autores (letra S). Continuará a sua viagem brevemente!
Este livro seguiu hoje para a Betita no âmbito do Grupo Mensal de Troca de Livros, por ter demonstrado interesse em ler algo de Saramago. Como disse na JE anterior, ler Saramago é algo que não me cansarei de recomendar, porque vale sempre a pena. Espero que gostes!
Chegou há já 2 dias, mas como combinado só hoje o abri ;)
Bem haja Jota-P pela oportunidade de ler algo de Saramago. Apesar de este não ser um dos teus preferidos, ao ler a tua JE fiquei ainda com mais vontade de "entrar" nas obras de Saramago e este vai ser a minha estreia!
Bem haja mais uma vez :)
Abraço
Bem haja Jota-P pela oportunidade de ler algo de Saramago. Apesar de este não ser um dos teus preferidos, ao ler a tua JE fiquei ainda com mais vontade de "entrar" nas obras de Saramago e este vai ser a minha estreia!
Bem haja mais uma vez :)
Abraço