Marco Carrera é um oftalmologista com uma vida boa e organizada - até que lhe entra pelo consultório um desconhecido, que sabe tudo sobre o seu passado e o avisa de que corre perigo. Além disso, diz-lhe que a sua mulher está a ter um caso extraconjugal e vai ter um filho que não é dele.

Estas revelações desencadeiam um longo fluxo de recordações: da infância e juventude, da família, da primeira mulher na vida dele, de um certo amigo, da irmã mais velha que morreu afogada. A narrativa constrói-se de forma empolgante e original, avançando e retrocedendo entre várias décadas dos séculos XX e XXI. E, em lugar da sequência habitual nas sagas familiares - «trauma, dor, recuperação» - tudo aqui parece acontecer ao mesmo tempo. E está sempre a acontecer.

Este livro é maravilhoso. Foi a minha melhor leitura no verão 2022.
Segue em ring:
1-Ladylove
2-conto
3-BruxinhaBoa
4-Maria Nunes
5-Maria Barradas
6-Árvores
7-ichigochi
9-Anjo Diogo
10-Cometa
11-Margarida B

Acabadinho de receber :) Obrigada pelo envio.

Aviso apenas que poderei demorar um bocadinho inesperado a chegar a ele, pois tenho um outro livro pendente. Espero que não haja problema!

Xiii... a Lady anda a portar-se tão mal!!! Já não sou só eu, yeah!
Hahahahaahhhhh!

Bom, ela recebeu-o e leu-o e mandou-mo. Eu já o devo ter recebido há umas duas semanas, mas só há dias me apercebi que não tinha feito JE. Só que o livro não tinha BCID, tive de o requerer à dona.
Agora, devidamente "postit-ado", irá continuar a fazer-me companhia mais uns tempos...
Obrigada!

Ena, estou pasma comigo própria.
Li este livro num ápice!.
Gostei muito (à excepção d'"O homem novo", no final), da estrutura, da escrita e de inúmeras pequenas coisas, além dos "débitos" finais (magnífico!).

Muito obrigada marialeitora, por pores este livro no meu caminho...

Bastante no início há um trecho delicioso sobre relação do personagem com a psicanálise que quero poder relembrar:
"(...) a mãe foi responsável pela irrefreável aversão dele em relação à psicanálise, depois destinada a mostrar-se crucial nas suas relações com as mulheres, dado que o destino faria com que todas as mulheres da sua vida, a começar exatamente pela sua mãe e pela irmã Irene, e a continuar com as suas amigas, namoradas, colegas, esposas, filhas, todas, mas mesmo todas, se regessem sempre por diversas tipologias de terapia psicanalítica, confirmando-lhe na sua pele de filho, irmão, amigo, namorado, colega, marido e pai uma intuição primitiva: a «psicanálise passiva», como ele lhe chamava, era muito danosa. Nenhuma delas, porém, se preocupava, nem mesmo quando ele começou a lamentar-se. Danos, diziam-lhe, qualquer família os cria, e qualquer tipo de relação também os cria em qualquer um; considerar a psicanálise mais responsável do que – digamos – a paixão pelo xadrez era um preconceito. Talvez tivessem até razão, mas o preço que Marco Carrera estava destinado a pagar por aqueles danos fá-lo-ia sentir-se sempre no direito de pensar daquele modo: a psicanálise era como o tabaco, não bastava não fumar, era preciso também proteger-se de quem fumava. Só que a única maneira conhecida de se proteger da psicanálise de outrem era ir também à psicanálise, e ele nisso não estava disposto a ceder.
Além do mais, não havia necessidade de um psicanalista para fazer as perguntas certas: porque é que ele, com tantas mulheres no mundo que não iam ao psicanalista, só se relacionava com as que iam? E por que motivo preferia expor a sua teoria sobre a psicanálise passiva a estas, que o consideravam superficial, em vez de a expor às mulheres que não iam, junto das quais teria alcançado um previsível sucesso?"


E pronto, vou contactar a próxima da lista para o pôr a caminho talvez na próxima segunda.
(afinal, só seguiu na quarta, 30nov)

7/12/2022 - Chegou
4/1/2023 - Segue hoje para a MariaBarradas

Achei a narrativa monocórdica. No entanto, gostei do enredo.
"Tentei pôr uma música muito bonita no despertador em vez do toque, mas acordar é igualmente muito mau."

Agradeço imenso a partilha e a oportunidade de participar neste bring.

BB

Já chegou! Espero ler em breve!

Não sei como expressar o que senti ao ler este livro. A narrativa é monocórdica e às vezes parece meio secante? Sim! Mas, e é um grande mas, a dor, o trauma, a cura que a torrente de recordações da vida de Marco nos mostra é avassaladora, consegui sentir tudo. Eu definitivamente adoro ler sobre vidas de pessoas aparentemente normais/banais porque adoro entrar na mente das pessoas e esquadrinhar os seus pensamentos. O final? F***!
Penso que houve uma pequena confusão entre Marias quando a BB enviou o livro para mim por isso segue agora para a MariaNunes para depois ir até ao Arvores.
Muito obrigada marialeitora por esta oportunidade incrível.

Entregue hoje em mãos à Maria-Nunes:)

Recebido ontem, em mãos, num agradável encontro :-)

Eu gostei muito deste livro. Gostei de tudinho.
Durante esta leitura tive, muitas vezes, a sensação de estar a ver um filme de Nanni Moretti :-)
Muito obrigada pela partilha!
Segue para o próximo da lista deste ring, logo que possível.

Chegou hoje, este colibri.
Vai ser um incentivo a terminar mais rapidamente o que tenho em mãos.
Obrigado pela partilha.

Não sei bem o que dizer deste livro. Houve partes que me aborreceram imenso e que quase me levaram a desistir. Outras, mexeram-me profundamente com as entranhas. Depois de tomar balanço, acabei por lê-lo como quem vê um filme. Aliás, acho que o livro é, realmente, muito cinematográfico e tenho alguma curiosidade por ver como é que o transformaram em filme.
A questão da mudança versus ficar sempre no mesmo sítio, sem mudar nada, é muito interessante. De facto, faças as escolhas que fizeres, acabarás sempre por viver o que tens de viver.
Perto do final, o conflito entre liberdade e verdade dá tema para milhares de formulações ("food for thought"), embora, na minha opinião, merecesse também uma reflexão sobre a verdade.
Gostei bastante do final (das invasões bárbaras), da expressão "ubi nihil vales, ibi nihil velis". Porra!
Obrigado pela partilha. Valeu a pena a leitura. Mas peço desculpa por ter demorado tanto tempo.
Vai seguir amanhã para a ichigochi.

Chegou ontem.
Obrigada pela partilha :)

Gostei muito desta leitura, tanto da história e da forma como é contada, como de inúmeros pequenos detalhes, alguns deles já referidos aqui (das reflexões que suscita ao extra dos débitos finais).

Alguns pontos menos bons:
Senti falta de conhecer a perspetiva das outras personagens e de saber mais detalhes sobre os seus problemas e as suas motivações (sobretudo dos irmãos e da ex-mulher do Marco, mas também dos seus pais e da própria Luísa) -- é o problema de ser uma história contada quase só do ponto de vista do protagonista, limitada ao que ele consegue saber.
Confesso que também não gostei muito da parte do "Homem Novo", pareceu-me pouco "convincente" e algo desfasada do resto da história, que tinha um tom mais realista e verosímil, apesar de tudo...

Obrigada mais uma vez pela partilha.
O livro ficou ontem no correio, a caminho da AnjoDiogo.

Acabadinho de chegar.
Estive a ver as JE, e fiquei super curiosa.
Até já...

Não tendo sido um livro que me prendeu, foi com muita insistência que o levei até ao fim.
Deixa-me um sabor agridoce, pois de tanto ouvir falar dele, não sei se coloquei a fasquia muito alta ou se realmente fiquei desiludida.