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Diário de um Corpo sem Memória

Registered by Cokas of Almada, Setúbal Portugal on 11/16/2021
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Journal Entry 1 by Cokas from Almada, Setúbal Portugal on Tuesday, November 16, 2021
SINOPSE
O jornalista Fernando Correia regressa à Guerra e Paz com um novo livro sobre a doença de Alzheimer de que a mãe de suas filhas é vítima. Vera continua presa a uma doença inibidora sem possibilidades de recuperação. Fernando Correia, no entanto, mostra que, mesmo quando um corpo não tem memória, pode servir-se de uma alma próxima e amiga para falar por si, transmitindo angústias, dores, prantos, incertezas, mas também uma enorme fé para que seja possível atravessarem juntos o deserto que se estende à sua frente.

Nesse deserto, há-de surgir um oásis de luz que os irá conduzir à redenção procurada.

ISBN 9789897026102
Edição/Reimpressão 02-2021
Editor: Editora Guerra & Paz
Idioma: Português
Dimensões: 151 x 228 x 9 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 128
Tipo de Produto: Livro
Classificação Temática: Livros em Português > Literatura > Memórias e Testemunhos

Journal Entry 2 by Cokas at Almada, Setúbal Portugal on Tuesday, November 16, 2021
O tema da morte é transversal na obra de Miguel Torga, a partir de um certo momento da sua vida e encontra-se muito explícito nos seus diários, momentos de reflexão profunda sobre os mundos interior e exterior.

Também eu começo a interessar-me pela temática e, mais do que a procurar, a estar a tenta. E quando estamos atentos, as coisas vêm até nós. Foi assim que este livro se cruzou comigo. E foi, assim também, que não hesitei em adquiri-lo.

Há muito tempo que acompanho Fernando Correia nos seus comentários desportivos e admiro as suas isenção e sensatez, tão raras no universo do futebol. Conhecer um pouco da história pessoal profunda, não superficial mediática, de outro ser humano é um privilégio, porque as experiências de terceiros costumam ser alicerces poderosos do nosso próprio processo de crescimento. Edificam-nos, por assim dizer. A fresta que Fernando Correia nos deixa para acedermos ao interior dos seus dias de reencontro e despedida de Vera, mãe de suas filhas, permite-nos compreender melhor a doença de Alzheimer e o quanto ela afeta não apenas o doente como os que o amam.

Este livro é um poema agridoce de amor. Um tratado de amor pelos ex-companheiros e pais dos filhos. Um elogio ao amor que o ser humano - racional, pragmático - sente de forma visceral por outro da mesma espécie.

Gostei muito. Aconselho, especialmente, a quem está a iniciar uma viagem de despedida e a quem, já a tendo realizado, ainda se debate com a dor "de um corpo sem memória".

*****

«A verdade não existe e (...) só se fala nela por ser subjetiva.» (pag. 19)

«Quando se vive em linha reta, não se vê mais ninguém à nossa volta, não se olha o mundo em redor, não se percebe a existência da dor e das lágrimas, não se descobrem os sentimentos, nem se vê a importância e o significado de uma mão estendida ou de um corpo engelhado de frio.» (pág. 19)

«O ser humano encolhe os ombros ao que chama, indevida e levianamente, destino, deixando-se levar pelo caminho do "tem de ser", não lutando por aquilo que não tem de ser.» (pág. 26)

«Segue o teu meridiano, esse, o que divide ao meio os teus hemisférios cerebrais (...) Vai.» António Gedeão (pág. 30)

«Não importa ter medo. O que tem de acontecer é absolutamente incontrolável.» (pág. 33)

«Não sei se o reencontro estava programado ou se pertence a uma verdade não compreendida, ao tal meridiano da vida que é muito difícil definir.» (pág. 30)

«Faltava o resto. Não sei se o mais importante. Mas o resto. O amor. A compreensão (...). A libertação (...).» (pág. 35)

«O ser humano existe sob duas formas: a atual e a potencial.» Aristóteles (pág. 63)

«É do infinito que ando à procura.» (Pág. 88)

«Tal como a vida, a morte também vale a pena.» (Pág. 98)

«A fé não substitui a vida.» (Pág. 99)

«As cores do amor são as cores de Deus.» (pág. 99)

«Saudade é uma palavra amarga e doce, porque, sendo triste, é amor; porque, sendo lágrima, é sorriso; porque, sendo passado, é esperança.» (pág. 119)

«Sei que sou pouco. Mas não sabia que era tão pouco.» (Pág. 125)

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