O direito à Preguiça

by PAUL LAFARGUE | Philosophy | This book has not been rated.
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Journal Entry 1 by Cokas from Almada, Setúbal Portugal on Wednesday, June 10, 2020

O AUTOR
Paul Lafargue (16 de Junho de 1842 - 26 de Novembro de 1911) foi um revolucionário marxista francês, jornalista, escritor e militante político. Foi genro de Karl Marx, casado com a segunda filha deste, Laura. Nasceu em Santiago de Cuba e viveu a maior parte da vida em França, para além de alguns períodos em Inglaterra e Espanha (passou também por Portugal).


Aos 69 anos de idade ele e Laura suicidaram-se juntos. O Direito à Preguiça, publicado no jornal socialista L'Égalité, é a sua obra mais conhecida, com incontáveis edições no mundo inteiro.

SINOPSE

Numa era em que a religião do trabalho exige dos seus fiéis crescentes sacrifícios laborais, em troca de um lugar na santa comunidade de cidadãos honestos, ler O Direito à Preguiça (1880) é cometer um salutar pecado capital. No século xix, quando já os santos do capitalismo se alinhavam no firmamento da economia, Paul Lafargue aprimorava na prisão, com muita ironia, este ensaio clássico e iconoclasta.

Debruçando-se sobre a devoção ao trabalho que arrebatara os operários da época, o autor punha em causa a universalidade e a historicidade deste absurdo zelo, numa sociedade em que o indivíduo se abstinha do seu tempo livre em nome da sobreprodução e da acumulação obsessiva. Leitura imprescindível nos tempos que correm, O Direito à Preguiça é um eloquente manifesto contra o vício do trabalho, que corrompe as faculdades humanas, e em defesa da liberdade fundamental de empregarmos o tempo a nosso bel-prazer.


Journal Entry 2 by Cokas at Almada, Setúbal Portugal on Wednesday, June 10, 2020


Descobri este pequeno livro na estante da casa dos meus avós paternos e, surpresa atrás de surpresa, conquistou-me.



Antes de mais, o livro pertencia ao meu avó... materno!
Além de assinado, está datado. Foi adquirido em Lisboa, em Setembro de 1972, numa altura em que o Avô vivia no estrangeiro; e, por isso, pude finalmente situar no tempo a sua visita a Portugal, de que tantas vezes ouvi falar ao longo dos anos.

Descobri que Lafargue foi genro de Karl Marx e marido de uma neta de Engels; e que Lenine discursou no seu funeral!

Numa altura de confinamento e teletrabalho, em que as horas diárias de labuta se estendem até ao limite da capacidade humana, O Direito à Preguiça é mais do que um panfleto político do séc. XIX, escrito na prisão de Saint-Pélagie; é um aviso luminoso que, agora, pisca no meu cérebro sempre que as horas sentada ao computador começam a ser excessivas.

***

«Preguicemos em toda a escala, exceto no amor e na bebida, exceto na preguiça.», Lessing (1729-1781) (pág. 15)

«Para o Espanhol*, (...) o trabalho é a pior das escravaturas. Os Gregos da época áurea nutriam também desprezo pelo trabalho: só os escravos podiam trabalhar.» *O provérbio espanhol diz:Descansar es salud (pág. 19)

«Os filósofos da Antiguidade ensinavam o desprezo pelo trabalho, essa degradação do homem livre.» (pág. 20)

«Não se pode falar em termos de trabalho nem ocupação, trata-se antes de uma tortura que se inflige a crianças de 6 a 8 anos.» (pág. 36)

«Introduza-se o trabalho na fábrica e lá se vão a alegria, a saúde, a liberdade; lá se vai tudo o que torna a vida bela e digna de ser vivida.» (pág. 38)

«Os filantropos da indústria aproveitam logo o desemprego para fabricarem a melhor preço.» (pág. 43)

«Que proclame os Direitos à Preguiça, incomparavelmente mais nobres e mais sagrados que os tísicos Direitos do Homem (...), que se constranja a não trabalhar senão três horas diárias, a nada fazer ou a andar em patuscadas durante o resto do dia e da noite.» (pág. 47)

«Para incrementar a produtividade humana é preciso reduzir as horas de trabalho e multiplicar os dias de pagamento e os feriados.» (pág. 75)


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