O Rosto Humano de Deus

by A. CUNHA DE OLIVEIRA | Religion & Spirituality | This book has not been rated.
ISBN: 9789898225429 Global Overview for this book
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Journal Entry 1 by iacazores from Angra do Heroísmo (Terceira), Açores Portugal on Wednesday, April 22, 2015
Embora o Cristianismo tenha tomado nome a partir de Cristo, a verdade é que Cristo não é nome de pessoa mas de categoria; não é substantivo mas adjectivo. Deriva do grego chriein que significa “ungir”, e corresponde ao hebraico mashi´ah, ou melhor ainda, ao aramaico meshi´ah, que querem dizer “ungido” e donde nos veio o termo Messias. Na Bíblia, “cristos” e “messias” foram aqueles a quem Deus escolheu, predestinou e dotou de dons especiais para poderem levar a cabo acções de salvação. Até o ímpio rei persa Ciro (538-528 a.C.) foi “cristo” ou “messias”. Assim diz o Senhor a Ciro, seu ungido (cristo, messias), a quem tomou pelas mãos: “Vou derrubar as nações diante de ti, desatar o cinturão dos reis, abrir-te as portas da cidade…” (Is.45,1-4). O Cristianismo, como religião, deve-se ao Senhor Jesus de Nazaré, personagem histórica como, além da literatura cristã, no-lo atestam o judeu Flávio Josefo (37/38-103) e os romanos Cornélio Tácito (55-115), Plínio o Moço (61/62-112/43) e Tranquilo Suetónio (69-141), autores, como se vê, contemporâneos dos Apóstolos e da primeira geração cristã. Os discípulos e seguidores do Senhor Jesus passaram a ser denominados cristãos a partir de Antioquia da Síria (Act.11,26b), muito provavelmente por influência de algum funcionário ou militar romano e pagão. Nunca por iniciativa própria.

Apesar de ter sido o Senhor Jesus quem deu origem ao movimento religioso e de renovação que é, na essência, o Cristianismo, não é evidente que na Igreja Católica, por exemplo, para o comum das gentes a pessoa histórica do Senhor Jesus ocupe o centro da devoção e da religiosidade. Sabe-se mais da vida dos santos e das santas, e mais se lhes apegam as gentes, que dos ensinamentos e obras, enfim da vida do Senhor Jesus. E, no entanto, foi Ele que deixou dito: e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo (Act.1,8b); Por que me chamais “Senhor, Senhor”, e não fazeis o que Eu digo? (Lc.6,46); Não está o discípulo acima do mestre, mas o discípulo bem formado será como o mestre (6,40); Na verdade dei-vos exemplo para que assim como Eu fiz, vós façais também (Jo.13,15). Quem de nós conhece de cor e salteado uma só das maravilhosas parábolas com que o Senhor Jesus nos ensina?

O Cristianismo não foi, originalmente, uma religião de dogmas, de ritos, de cânones, mas de compromisso e de missão: …e sereis minhas testemunhas. Mais ortopraxia que ortodoxia. Não admira, por isso, a existência de “cristãos anónimos”, como lhes chamou o grande teólogo e mestre Karl Rahner.

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