Romance "datado" mas com reflexões interessantes sobre a sociedade da altura em que foi escrito (1961).

Eis dois pequenos trechos:

«Gonçalo entrara um dia, à hora do almoço, em casa do porteiro dum dos seus prédios. A família estava reunida em torno da mesa. A mãe e os filhos comiam batatas fritas e o pai o único bife. Fora-lhe impossível não comentar.
- Então a carne é toda para si, João?
A mulher saltara logo a defender a casa portuguesa:
- Carne é para quem trabalha, Sr. Doutor.
O porteiro passara a manhã sentado numa poltrona, no átrio do prédio, lendo O Século, enquanto a mulher varrera a escada, limpara a casa, cozinhara e olhara pelas crianças.
- Parece-me que a Maria é quem mais trabalha nesta casa...
O porteiro, de pé, com o guardanapo na mão, esclarecera a situação:
- O marido sou eu, Sr. Doutor.»

«- A cidade, vista à noite, é estranha. Já pensou no que farão em casa todos esses tipos que a gente vê na rua, com emblemas do Benfica na lapela? Uns emblemas feitos de pedrinhas?
- Sou um deles.
- É? E que faz você à noite, em casa?
Hoje era capaz de responder. À noite, em casa, repetimos o que fizemos durante o dia: nada. À noite, em casa, continuamos a esperar pela morte e, quando ela se aproxima, compreendemos que devíamos ter feito mais qualquer coisa.»

Mais um para a Piscina de Livros da Convenção.
Boa viagem :)

Chegou.
Vai direitinho para a Piscina.
Obrigado ichigochi

WILD RELEASE NOTES:

Mergulho na Piscina!

Pesquei-o esta semana do fundo da Piscina para o enviar para a Piscina da II Convenção.

A OBCZ de Albergaria-a-Velha, que fica na Biblioteca Municipal, vai organizar uma libertação de livros pela vila no Dia Mundial das Bibliotecas, a 1 de Julho. Vou reservar este livro para o evento.

Este livro está pronto para seguir viagem no âmbito da Comemoração do Dia Mundial das Bibliotecas.