«O ambiente é tenso, brumoso, de cortar à faca. Pelas casas da Levada, vila ilocalizável do Norte do País, escorre um tempo intrigante, mistura de dormência provinciana e de ciberespaço. São os ambientes de Hélia Correia, aqui mais do que nunca (...) Vive-se, em Insânia, nada menos do que o fim de Tudo. É um desenlace, diga-se, pior do que todos os fins. Enquanto o resto do Planeta entrou, a golpe de guerras e de catástrofes ecológicas, no sossego do nada (houve até mortes bonitas, assépticas, inodoras), tem aquela vila, que também passou por muitas, os seus dias prolongados, mas sem rumo, como um castigo.
Estranho lugas, esse, e mesmo assim tão reconhecivel, onde as casas são defendidas por sirenes de alarme, as janelas têm vidro duplo e esplhado por fora, e os teljornais trazem, o dia inteiro, à sala de estar o Universo encaixilhado. Trazem? Traziam. Como na melhor narrativa fantástica, o tempo verbal obsessivo é o imperfeito. (...)
Até que um dia, sucede coisa que se veja. A Levada descobre que arribou à povoação uma miudinha, «bonita como um anjo», fluida, incorpórea quase, sem fala e «sem história. Hão-de chamá-la Natalina. Desde a hora em que a descortinaram, nada na vila voltará ao que era. Os homens, mesmo os velhos, sobretudo eles, vão descobrir-se enamorados dela. E as mulheres, por isso desatendidas, irão revoltar-se, e partir para não tornarem.
Que será este livro, além de, evidentemente, um produto literário? Uma parábola? Um ensaio? Uma profecia? Uma alucinação? Bem poderá trazer alguma coisa disso tudo, e daí porventura o fascínio»
FERNANDO VENÂNCIO
in Expresso


RESERVADO PARA RABCK A REALIZAR HOJE, NO ENCONTRO DE BCs EM COIMBRA.

Ora aqui está um livrinho que se me colou ao braço e caiu no saco! Bem, confesso, não resisti, pronto!
Vai ter de esperar como disse, mas será lido e seguirá caminho!
Adorei, foi girissimo o encontro!

Beijinhos!!

RELEASE NOTES:

Bookrelay

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Já cá chegou. E com ele vinham mais dois! Quando terei tempo para o ler? Espero que seja brevemente! De Hélia Correia já li um livro do qual gostei bastante. Será que também vou gostar deste?

Muito OBRIGADO pelo envio, fbeatriz. Gostei da frase "Viver para Partilhar - Partilhar para Viver".

Comecei a ler este livro na semana passada e cheguei mesmo a ler mais de metade dele... Mas como não estava a perceber nada e nem a história se mostrou suficientemente interessante e inteligível (a maneira de escrever de Hélia Correia não me cativou por ser uma escrita pouco fluida e que parece só fazer sentido depois de termos lido 5 vezes o mesmo parágrafo... e mesmo assim...), e como acho ser escusado estar a perder tempo com leituras que não me dão total prazer, desisti de levar esta até ao fim.

Este livro ficará disponível para ser libertado no futuro, seja de que maneira for. Obrigado!


EDITADO PARA ACRESCENTAR:

Depois de ter lido o livro apocalipse dos trabalhadores, posso dizer que me parece que os estilos de valter hugo mãe e de Hélia Correia estão muito próximos. Este livro talvez agrade a quem goste do vhm. Pelo menos, eu tenho essa sensação pelo que conheço de ambos (e que também não é muito).

Este livro seguiu ontem para a ichigochi, que o escolheu da BookBoxRing Virtual e Secreta que eu organizei. Espero que gostes!

Chegou ontem. Obrigada Jota-P :)

Desta autora só tinha lido Lillias Fraser. Os dois livros têm em comum a presença de elementos de fantasia mas enquanto naquele a história segue um rumo certo, que faz sentido, e está ligada à realidade pela reconstituição histórica cuidada, neste livro o surreal toma conta do enredo e chegamos ao fim sem saber muito bem o que aconteceu ou porquê...
Aliás, fiquei com a sensação que a escritora foi escrevendo ao sabor da inspiração sem ela própria saber muito bem por onde ia ou para onde... Mas gostei da escrita, assim cuidada, complexa e exigente.

Deixei-o hoje no cantinho do BookCrossing no CodeBar, onde lanchei um delicioso CupCake de Morango, enquanto assistia ao golo que deu a Taça à Académica. Briooooosa :)

Espero que o livro proporcione bons momentos aos próximos leitores!