Etéreo

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Journal Entry 1 by Merlinn on Sunday, July 30, 2006

Naquela esquina daquela rua de Leça da Palmeira talvez já um dia ali estivera encostado António Nobre, enquanto esperava por um dos seus amigos. Talvez naquela esquina o jovem autor do “Só” alinhara apontamentos para as suas ondas poéticas. Ali, naquela esquina, na tarde do passado sábado, num ambiente silencioso e plúmbeo, as palmas e a admiração de um grupo de amigos juntou-se à volta também de um jovem poeta leceiro – o Miguel Rocha dos Santos.
Filho de gente boa de Leça, tendo a seu lado sua avó Brízida, nos seus 97 anos ainda risonhos, lembrando de seu avô António Teixeira (o homem do futebol que portistas e leixonenses jamais esquecerão), sentindo o calor do amor de seus pais (como os olhos brilhavam eng. Fernando Rocha dos Santos e esposa), o Miguel, como os amigos e admiradores o tratam, sentiu o quanto é aplaudida a sua poesia, agora transmitida para as páginas brancas do livro “Etéreo”, em português e inglês.
António Cunha e Silva soube bem explicar o que era a poesia do Miguel: “sofre, alegra-te, medita…diz hoje e sempre a poesia que te corrói - a do pensamento e a da emoção. Estamos todos à tua espera.” Também Maria Elvira Castanheira não tem dúvidas ao escrever que “os poemas do Miguel encadeiam-se, como se o turbilhão de sentimentos que o provocam, fluísse livremente ao encontro das ondas das suas vivências, onde o real das suas preocupações, como o H.I.V. e o Holocáustico, também estão presentes… numa extraordinária (re)leitura da sua emotividade.”
O autor falaria depois. Falou pouco porque sabe melhor comunicar pela sua poesia, pela poesia que não vai ficar por este só livro pois estamos na presença de alguém que irá marcar páginas e páginas poéticas e todas elas com a marca leceira, tal como a história da poesia tão bem regista ao longo dos tempos abençoada pelo mar da Boa Nova.
Na poesia de Miguel Rocha dos Santos sente-se que a mesma parece ser escrita, rasgada a cinzel de bronze, nas penedias de Leça da Palmeira, tal é a força das suas palavras, quantas delas envolvidas nas ondas do mar salgado ou no redemoinho de um vento norte de inspiração.

O “Etéreo” é uma caixinha que guarda a poesia de Miguel, tão valiosa como a que guarda o sol das leceiras. E o jornalista fecha a caixinha de capa azul, olhando o sorriso de Miguel e lendo:

Flores querem-se
Livres em verdes prados
Não prisioneiras…

Estamos na presença de um valor poético. Elevado. Nosso. Uma certeza que ficou bem expressa nas palavras de apresentação de Jorge Castelo Branco, responsável pela Ediumeditores.

in Matosinhos Hoje, jornal online

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