Rio do esquecimento
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"Inverno de 1864. Sentindo a morte a aproximar-se, Miguel Augusto regressa do Brasil, onde enriqueceu, e instala-se no velho burgo nortenho, no palacete conhecido como Casa das Camélias, com a intenção de perfilhar Teresa Baldaia e torná-la sua herdeira. No mesmo ano, Nicolau Sommersen pensa em fazer um bom casamento, não só para recuperar o património familiar que o tempo foi esfarelando, mas sobretudo para fugir à paixão que sente por Maria Adelaide Clarange, senhora casada e mãe de três filhos. Maria Ema Antunes, prima de Nicolau e governanta da Casa das Camélias, hábil e amargurada com a sua vida, urdirá entre todos uma teia de crimes, segredos e vinganças.
Subvertendo as estratégias da narrativa histórica, com saltos cronológicos que deixam o leitor em suspenso mesmo até ao final, Rio do Esquecimento descreve com saboroso detalhe a sociedade portuense de Oitocentos e assinala o regresso à ficção portuguesa de uma escrita elegante que consegue tornar transparente a sua insuspeitada espessura."
Subvertendo as estratégias da narrativa histórica, com saltos cronológicos que deixam o leitor em suspenso mesmo até ao final, Rio do Esquecimento descreve com saboroso detalhe a sociedade portuense de Oitocentos e assinala o regresso à ficção portuguesa de uma escrita elegante que consegue tornar transparente a sua insuspeitada espessura."
Gostei da linguagem e do retrato de época muito detalhado do Porto oitocentista. A riqueza de detalhes é devida à pesquisa para o doutoramento da autora, que versou sobre literatura do séc. XIX. É um "romance romântico", à boa maneira de Camilo, mas com umas brincadeiras modernistas à mistura: a narrativa não é linear e há mesmo um momento "fora do tempo"...
Só gostava de ter "conhecido" melhor algumas personagens, principalmente a Guilhermina, de quem não chegamos a saber quase nada, bem como o que ia na mente e na alma de Nicolau na parte final da sua vida...
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O Rio seguiu ontem para uma temporada na Ilha Dourada com o Árvores. Boa leitura :)
Só gostava de ter "conhecido" melhor algumas personagens, principalmente a Guilhermina, de quem não chegamos a saber quase nada, bem como o que ia na mente e na alma de Nicolau na parte final da sua vida...
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O Rio seguiu ontem para uma temporada na Ilha Dourada com o Árvores. Boa leitura :)
Por vezes demasiado descritivo, este é, no entanto, um livro muito bem conseguido.
Tal como a ichigochi, gostei da escrita e do retrato da sociedade do Porto do final do séc. XIX, aliás, o principal motivo que me levou a ler este livro.
Mas não consegui simpatizar com nenhum dos personagens, criar empatias (ou antipatias) como normalmente me acontece. O livro não me despertou qualquer emoção ou desconforto e talvez por isso não me tenha cativado demasiado.
De qualquer forma, dei por mim a pensar na quantidade de bons escritores portugueses que nos (me) escapam, à custa de não serem devidamente divulgados - do que conheço, apenas "A Força das Coisas" (Antena2) e "O livro do dia" (TSF) representam bem esse papel.
Bom, mas para isso está o BookCrossing :-)
Obrigado, ichigochi, pela disponibilidade de sempre. Este não volta a casa, vai antes para os calabouços dos CTT, quem sabe para fazer companhia a alguns dos personagens do livro, almas penadas sem rumo.
Mas outro deverá estar a chegar para o substituir :-)
Tal como a ichigochi, gostei da escrita e do retrato da sociedade do Porto do final do séc. XIX, aliás, o principal motivo que me levou a ler este livro.
Mas não consegui simpatizar com nenhum dos personagens, criar empatias (ou antipatias) como normalmente me acontece. O livro não me despertou qualquer emoção ou desconforto e talvez por isso não me tenha cativado demasiado.
De qualquer forma, dei por mim a pensar na quantidade de bons escritores portugueses que nos (me) escapam, à custa de não serem devidamente divulgados - do que conheço, apenas "A Força das Coisas" (Antena2) e "O livro do dia" (TSF) representam bem esse papel.
Bom, mas para isso está o BookCrossing :-)
Obrigado, ichigochi, pela disponibilidade de sempre. Este não volta a casa, vai antes para os calabouços dos CTT, quem sabe para fazer companhia a alguns dos personagens do livro, almas penadas sem rumo.
Mas outro deverá estar a chegar para o substituir :-)