"Na rua do arco-celeste há sete casas, cada uma de sua cor; e também um café, uma horta, um jardim, uma florista, uma sucata e uma escola. Mas, embora lá vivam pessoas - que frequentam o café, trabalham na horta, lêem no jardim, oferecem flores a quem amam, se desembaraçam dos seus trastes ou jogam à bola no recreio -, esta história é contada apenas pelas coisas que lhes pertencem à medida que vão mudando de lugar, e por isso o livro é sem ninguém. Ainda assim, durante este ano extraordinário, acontece de tudo na rua: há quem se apaixone e quem se separa, quem nasça, quem morra, quem mate e até quem, depois do trauma, comece uma vida nova. Há bengalas (e, portanto, há velhos), há fraldas e bicicletas com rodinhas (e, portanto, há crianças) e, de vez em quando, há até um skate parado num pátio (portanto, há jovens também). Mas, como em todas as ruas, havemos de encontrar nesta preconceitos, dúvidas, alegrias, segredos e desgostos (quando o violino cigano se ouve ao longe, chora uma terrível injustiça e, quando a bengala se parte contra o muro, é certamente a raiva que a move). Enquanto isso, o tempo vai passando sem darmos por ele, mas a montra da florista e o que se colhe ou semeia na horta nunca nos deixam afastar do mês em que estamos.

Num romance profundam,ente original a um tempo cru e delicado, poético e realista, Pedro Guilherme-Moreira usa o microcosmos da rua para desenhar o retrato da sociedade contemporânea e abordar questões tão polémicas como a xenofobia, a violência doméstica, a repressão sexual ou o envelhecimento. E - o que é um milagre - sem precisar de ninguém."

O meu comentário: http://naomeapeteceestudar.blogspot.pt/2014/03/livro-sem-ninguem.html

Anel de Livro :)

1. ichigochi
2. Cantinho

Já cá está. Foi uma viagem difícil mas finalmente chegou ao destino. Obrigada ladylouve e desculpa mais uma vez a confusão com a morada.
Vou lê-lo assim que acabar o actual. Estou bastante curiosa. :)

Já está lido. O livro não correspondeu bem ao que esperava encontrar, nem me deixou propriamente deslumbrada, mas ainda assim conseguiu proporcionar-me bons momentos de leitura.

Impliquei logo com a primeira frase do prólogo: "Não que o mal seja uma consequência necessária de toda a actividade humana."
Quem é que começa um livro com "Não que..."? :)

Comecei a ler o livro pouco depois de o receber mas não me estava a cativar, ou melhor, só conseguia lê-lo aos pouquinhos de cada vez, nas pequenas viagens diárias, e não estava a conseguir apreender os pormenores que iam contando a história. Este tipo de livro, sem acção nem diálogos, com uma história que é preciso construir a partir das descrições, precisa de uma leitura mais dedicada.
Por isso parei e peguei n'"A sentinela", de Zimler, que ia ler a seguir para o clube literário de Julho. Foi um alívio! Estava a precisar de um livro assim, que se lê de uma assentada, mesmo no meio na confusão, apesar de ter mais de 400 páginas.

Voltei ao "Livro sem ninguém" no domingo e acabei-o hoje, 2 dias depois.
Recomecei do início e li-o com mais atenção, em casa, com silêncio à volta. Consegui apreciá-lo muito melhor. Os últimos capítulos até os li em voz alta e pareceu-me que fazia mais sentido assim, dando vida a cada palavra, como um poema... Na verdade, acho que o autor é mais poeta do que prosador e o livro tem esse cunho bem marcado.

Em relação à história, concordo com a ladylouve sobre a questão dos estereótipos e sobre a "batota" de personificar os objectos dos habitantes da rua - assim é fácil escrever um livro sem ninguém. :) Também achei que não havia necessidade de dar a cor de cada casa a quase todos os objectos que lhe pertencem, haveria outras formas de nos passar a mesma informação, sem soar a falso.
E no final, não consegui perceber o objectivo do autor.
Se a ideia era, como eu pensava, contar a vida de uma rua "normal" através dos seus objectos, acho que não cumpriu, porque esta rua está longe de ser normal e porque não se falou apenas dos objectos enquanto objectos. Se a ideia era falar de quase todos os problemas actuais, concentrando-os numa única rua de sete casas, acho que a fórmula escolhida foi errada: ficam demasiadas coisas subentendidas e não se chega a saber exactamente o que acontece, apenas nos são dadas pistas.
E a ideia seria contar mesmo uma história, dando-nos todas as pistas necessárias para a reconstituirmos? Ou tudo não passou de um pretexto para brincar com a montra de uma florista e com as culturas de uma horta ao longo de um ano inteiro? :)

(Também fiquei a pensar se o primeiro livro do autor é deste género ou mais "normal". Talvez o folheie numa livraria para tentar perceber...)

Obrigada pela partilha ladylouve.
O livro vai seguir para a Cantinho, já amanhã.

O "livro sem ninguém" já chegou, muito obrigada pelo envio e pela partilha. Vou tentar ser o mais breve possível.

Já está lido...mas por obrigação. A ideia do livro é original e muito engraçada, o início do livro até prende para a sua leitura. Mas a partir de um dado momento, já só estava a ler porque me obriguei a acabar o que comecei.

Foi enviado para a ladylouve a 1 de Outubro...

Voltou para casa. :) Obrigada.

Continua sem ninguém!

Depois de ter ido ter com a Ichi, regressou com um belíssimo autógrafo com dedicatória :) OBRIGADA!