Oriente próximo
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Apesar de ser uma leitura bastante fragmentada, especialmente na penúltima parte, onde as histórias duram apenas uma página, é um livro fascinante. Com muitas histórias cruéis, é certo, outras revoltantes, mas muitas inspiradoras também. Para além do mosaico colorido de pessoas reais a que somos introduzidos (palestinianos, israelitas, judeus, muçulmanos, cristãos, com vários graus de devoção em cada categoria) é-nos ainda oferecida uma breve perspectiva histórica da situação política desde o início do século XX. Uma leitura sem dúvida enriquecedora.
E termina em beleza com uma entrevista ao escritor israelita Amos Oz que nos deixa algumas reflexões interessantes:
"... parte da razão pela qual Israel está em sarilhos. As pessoas têm andado à procura de líderes fortes, e não de líderes sábios. [...] pensam que um líder forte é a resposta à fraqueza. A fraqueza é parte da nossa condição, porque somos uma nação muito pequena, porque somos mais fracos que o mundo árabe, mais fracos que a coligação islâmica, porque não temos longas alianças naturais no mundo. Israel é um país fraco. E como tal tem de agir sabiamente. Porque a sabedoria é a força dos fracos."
"[Jerusalém] sofre de uma overdose envenenadora de história e de religião. E essa overdose, de santidade, de simbolismo, não é saudável para um ser humano e para uma cidade [...] Nada é autónomo. Tudo é simbólico. Tudo é parte de algo divino, messiânico ou histórico. [...] Há uma doença mental chamada Síndrome de Jerusalém. As pessoas vêm de vários pontos do mundo e de repente sobem a uma pedra, tiram as roupas e começam a fazer profecias. [...]
Teria sido um favor maravilhoso a Jerusalém se todos os lugares sagrados tivessem sido mudados para a Escandinávia por cem anos, pedra por pedra, e depois talvez devolvidos. Só para deixar Jerusalém descansar um pouco."
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E aqui fica uma actualização da JE com as notas sobre a minha viagem a Israel, de 7 a 12 de Julho de 2013 (desta thread do fórum).
Foi bom mas gostava que pudesse ter sido uma experiência mais rica em termos "orientais". Cheguei a Tel Aviv no domingo de manhãzinha e saí na sexta depois de almoço. E esses pouco mais de 5 dias foram quase todos passados dentro do campus do Instituto Weizmann de Ciência, em Rehovot, a falar inglês e a conviver com cientistas principalmente europeus e norte-americanos...
Durante esse tempo, o contacto com o ambiente local foi quase só através da comida (mas nem sempre: na primeira refeição serviram-nos sushi e gaspacho, por exemplo). Muitos frutos secos (nozes, amêndoas, pistachios, caju, amendoins...) e passas de fruta (damascos, uvas, tâmaras, ameixas...); muita limonada e sumos naturais de laranja e toranja (dispenso este :)); muitos acompanhamentos à base de couscous ou grãos inteiros (quinoa, trigo?) com tomate e coentros... nada de porco, claro, só carne de frango, vaca ou ovelha (espetada em pauzinhos de canela, mnham mnham! :))
Além disso o campus está cheio de estátuas de homenagem a mecenas do instituto e memoriais do holocausto, o que nos lembra constantemente a história por trás do país e do próprio instituto onde nos encontramos (Chaim Weizmann, um dos fundadores do instituto, foi também o primeiro presidente de Israel (1949-1952); a casa dele, que foi a residência oficial durante o seu mandato, bem como o túmulo dele, encontram-se dentro do campus...).
Experiência fora do campus:
1-Embarques nos voos.
Fiz Porto-Paris Orly com a TAP - normalíssimo - e depois Paris Charles de Gaulle-Tel Aviv com a companhia israelita ElAL e aqui já não foi tão normal :)
Já imaginava que a segurança destes voos e a verificação dos passageiros fosse mesmo levada a sério mas não esperava ter grandes problemas: sou uma pessoa inocente de um país pacato com uma boa razão para ir a Israel, o que é que poderia levantar ondas?
A zona do check-in deste voo estava guardada por soldados armados e tinha vários seguranças a fazer o controlo antes do balcão de check-in propriamente dito. Eu até já tinha feito o check-in online, podia ter ido directamente para a zona de embarque, mas queria confirmar que não ia ter problemas em levar a minha mala e o poster para dentro do avião e por isso dirigi-me despreocupadamente à primeira segurança que encontrei.
Seguiu-se um interrogatório de mais de meia-hora e uma ida a uma salinha para a minha bagagem ser devidamente inspeccionada.
Coisas que me parece terem levantado suspeitas e que eu poderia ter antecipado:
-ser portuguesa e estar a fazer check-in em Paris (porque é que estava em Paris? quanto tempo tinha estado na cidade? com quem é que me tinha encontrado? etc)
-ter usado um mail pessoal e não institucional para reservar as viagens online (porque é que fui eu a pagar e não a instituição? quanto é que custou a viagem e a conferência? quanto é que eu ganho por mês? como é que pude pagar com o que ganho? etc)
O embarque em Israel, para o voo de regresso, também foi rigoroso (interrogatório e raio-x à bagagem antes do check-in, raio-x mais minucioso e inspecção ao interior da mala depois do check-in), mas nada como tinha sido em Paris...
2-Ida do aeroporto para Rehovot.
Decidi ir de comboio em vez de acatar a sugestão dos organizadores da conferência de apanhar um táxi. Tinha de apanhar dois comboios porque não há linha directa do aeroporto, mas correu tudo bem porque está sempre a tradução inglesa ao lado do hebraico e os avisos também são dados nas duas línguas.
O único "fait-divers" que me aconteceu foi ao comprar o bilhete: levantei dinheiro israelita num atm, só saíram notas de 100 shekels; depois fui à máquina automática dos bilhetes de comboio, escolhi o destino, introduzi uma das notas de 100 para pagar os 16,5 que a viagem custava e saiu-me o troco em moedas de 1/2 shekel. Só para se perceber bem o descalabro: 83,5 shekels em moedas de 1/2 shekel são 167 moedas, sim 167!!! As pessoas na fila atrás de mim só se riam: "You've won the jackpot!" :)
De resto, uma coisa que me fazia perceber que não estava numa estação de comboio portuguesa era a proporção maior de pessoas vestidas de soldado em relação a pessoas com roupas civis e, mais uma vez, a segurança. Como tinha apanhado o comboio no aeroporto não passei por isso mas quando cheguei a Rehovot apercebi-me que quem quer entrar na estação, para viajar de comboio ou só para passar para o outro lado da cidade, tem de passar pelo detector de metais e tudo o que levar pelo raio-x.
O próprio instituto Weizmann está completamente cercado e as várias portas de acesso, por carro ou pedonais, são igualmente controladas por seguranças.
3-Jerusalém.
A única tarde que passei fora do campus foi numa visita guiada a Jerusalém, organizada pela conferência.
3.1-A viagem.
Ao contrário dos 3 dias que os peregrinos demoravam há 150 anos, em burros, do porto de Jaffa até à cidade de Jerusalém - tempo mais do que suficiente para se prepararem espiritualmente para entrar na cidade santa - nós demorámos cerca de 1 hora, num autocarro moderno, com ar-condicionado e Internet Wireless. Não podia ser uma experiência mais diferente... :)
Não tinha a noção de que Jerusalém ficava num lugar montanhoso. Na estreita faixa de terra desde a costa até à cidade (cerca de 60km) sobe-se cerca de 800 metros. Depois, do outro lado, em apenas 25km, desce-se 1200 metros até ao Mar Morto, que fica 400 metros abaixo do nível do mar.
Portanto, ao longo do caminho, fomos vendo as planícies cultivadas (laranjais, batatais, etc.) sendo substituídas por montes cobertos de oliveiras, cedros e pinheiros. Ao aproximar-nos de Jerusalém apareciam também, com cada vez mais frequência, povoações alcandoradas nas encostas e no cimo dos montes, com os edifícios todos do mesmo tom creme da pedra local.
Também não tinha ideia que Jerusalém fosse uma cidade tão grande. A pequena cidade murada de há um século e meio atrás foi extravasando para fora dos muros e conquistando cada vez mais terreno até ser hoje a cidade maior, mais populosa e mais pobre de Israel (perto de 1 milhão de habitantes, incluindo grandes comunidades de judeus ultra-ortodoxos e muçulmanos, ambas com muitos filhos e pouco emprego...).
Actualmente, a cidade velha ainda tem as muralhas construídas durante o domínio otomano e as respectivas portas de acesso, mas corresponde a uma pequeníssima parte da cidade moderna.
3.2-A cidade velha.
Descontando as viagens de ida e volta e o tempo de jantar, a nossa visita a Jerusalém reduziu-se na prática a 3h30 de percurso pedonal pelas ruelas da cidade velha, em grupos de cerca de 20 pessoas, com um guia à frente e um segurança à retaguarda.
Do bairro cristão para o judeu, do judeu para o muçulmano e deste de volta para o cristão, com paragens frequentes para ouvir as lições de história e religião muito imparciais da nossa guia israelita doutorada em Geografia Histórica (se não me engano), passámos por:
-Igreja do Santo Sepulcro: uma única igreja que inclui o gólgota, a pedra da unção e o túmulo de Jesus, que correspondem supostamente aos locais exactos onde Jesus foi crucificado, deitado depois de retirado da cruz e sepultado. Estes locais foram "descobertos" no séc. IV por Santa Helena, a mãe de Constantino, que foi o primeiro imperador romano cristão. A mãe de Constantino é considerada a primeira peregrina cristã da Terra Santa e "descobriu" inclusive a própria cruz onde Jesus morreu... Segundo a guia, aquela pedra da unção, que eu vi ser beijada e acariciada devotamente, está ali desde o séc. XIX.
-Túmulo do Rei David: local de veneração por parte dos judeus (homens e mulheres separados, tendo cada um direito a venerar apenas metade do túmulo); fica no mesmo edifício onde se encontra o Cenáculo, suposto local da Última Ceia de Cristo; os cristãos querem convencer os judeus de que não se trata realmente do túmulo do Rei David para que eles deixem de considerar o edifício importante e lhes dêem o direito de usar o cenáculo para cerimónias religiosas, o que não deixa de ser irónico porque quem primeiro identificou o túmulo como sendo do Rei David foram os cruzados no séc. XII... :)
-Cenáculo: uma sala de pedra, que entretanto já foi sinagoga e mesquita mas agora não é nenhum lugar de culto, onde, de acordo com a tradição cristã, terá acontecido a Última Ceia, bem como a visita de Jesus aos apóstolos depois da ressurreição (incluindo o episódio de Tomé que precisou de ver para crer), bem como a descida do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os apóstolos, no Pentecostes; há quem defenda que a Última Ceia aconteceu noutro local de Jerusalém.
-Muro das Lamentações: única parede que sobra do templo construído por Herodes (o chamado Segundo Templo, sendo que o primeiro foi o construído pelo rei Salomão e destruído pelos babilónios no séc. VI a.C.), o templo que Jesus frequentou e de onde expulsou os "vendilhões" à chicotada. Actualmente no local do templo está a mesquita Cúpula do Rochedo (que não visitámos porque há uma pequena janela temporal durante o dia em que isso pode ser feito por não muçulmanos e nós não chegámos na altura certa), que é só o terceiro lugar mais importante para os muçulmanos, depois de Meca e Medina. Os muçulmanos acreditam que foi naquele preciso local que Maomé, depois de voar num cavalo alado com rosto de mulher, apoiou um pé numa pedra e ascendeu ao Céu, onde falou com Deus.
Claro que o mesmo local é muito importante para os judeus e estes já têm uma Menorah gigante à espera de ser colocada no novo templo que será lá construído eventualmente (o Terceiro).
Entretanto, até lá, os judeus podem apenas orar junto do Muro das Lamentações (a parte maior do muro para os homens, a menor para as mulheres), um canal privilegiado de comunicação com Deus, sendo possível fazer-lhe pedidos directos escrevendo-os em pequenos papéis que se colocam nos interstícios das pedras.
Em resumo.
Foi interessante testemunhar em primeira mão a devoção por parte das diferentes religiões aos mesmos lugares de culto. Percebo perfeitamente as palavras de Amos Oz na entrevista que finaliza o livro "Oriente Próximo":
"Teria sido um favor maravilhoso a Jerusalém se todos os lugares sagrados tivessem sido mudados para a Escandinávia por cem anos, pedra por pedra, e depois talvez devolvidos. Só para deixar Jerusalém descansar um pouco."
Por outro lado, foi um bocadinho estranha a ausência de um verdadeiro sentido de recolhimento naqueles locais. Imagino que cada pessoa devota que se encontre ali consiga abstrair-se do exterior e concentrar-se na sua oração mas, para alguém que vê de fora, é estranho estar numa igreja e ver pessoas a rezar enquanto turistas andam por ali, a ver e a tirar fotografias, e vários guias falam em diferentes línguas, em voz bem alta para os respectivos grupos ouvirem...
Nesse aspecto, os muçulmanos fazem bem em restringir as visitas à mesquita no Monte do Templo, se bem que depois somos nós que perdemos a oportunidade de ver o sítio, com os olhos de simples apreciadores da beleza arquitectónica e decorativa do edifício... :)
FIM
Lista de inscritos:
-cometa54
-Maria-Nunes
-irusdodot
-conto
-cheee
-Pierrot-Moon
-Meg72
-Arvores
-marialeitora
-micazy
-MargaridaB
-kizmiaz
-Dangerouswoman
Espero que proporcione bons passeios pelo Oriente.
Li muitas das crónicas do Público, daí saber que me interessava.
:)
Comentei que o estava a ler em Agosto, parece-me. E já tinha começado em Julho. Houve um flop com as leituras que ainda não entendi, não estava a conseguir ler. Peço deeculpa à ichigochi e inscritos. Agora já acabei.
O livro não me desiludiu, como já sabia. A ichigochi escreveu tudo. Interessam estas leituras a quem se interroga com estas questões. Podem fazer-se perguntas de retórica, como fiz à ichigochi (não era mais que isso) sobre este Oriente próximo. Mas continuar-se sempre a procurar informação. É referido no livro Edward Said ( «Orientalismo», por exemplo) aprecio imenso os seus escritos e a sua posição.
Obrigada pelo empréstimo, pelas impressões da viagem :)
Vou fazer seguir para a Maria-Nunes.
está aqui, são e salvo, nas minhas mãos :-)
obrigada pela partilha e pelo envio.
vou começar a lê-lo hoje mesmo.
Estou a gostar imenso! Tanta informação! tantas histórias fascinantes!
agradeço a partilha (e peço a comprensão)
Mais uma vez, muito obrigada pela partilha.
Já contactei a irus, no sentido de este magnífico livro seguir a sua viagem :-)
Obrigada ichigochi pela oportunidade. Obrigada Maria-Nunes pelo envio.
Em bom Natal a todos - afinal foi neste oriente que tudo começou...
E são essas pequenas histórias as mais incríveis: a esperança por melhores dias, a determinação, a vontade de aprender, a alegria, a dinâmica cultural, tudo a desenrolar-se no ambiente mais adverso que se possa imaginar. Como disse uma vez a Alexandra Lucas Coelho, "no Ocidente não temos problemas, temos contratempos". Emocionam-me imenso esses miúdos de 17 anos, cheios de sonhos de aprender, que compram livros mais do que usados por 50 cêntimos, e têm toda a (grande) família para sustentar. E os que enfrentam horas e humilhações nos checkpoints. E a universidade que não fecha um único dia, mesmo que tenha caído uma bomba no campo de jogos. Cada história é um mundo fascinante.
Este é também um livro que me fez ter sentimentos contraditórios. Por um lado, fica-se com uma imensa fé na alma humana, na sua capacidade de recuperar, perdoar, criar cultura, música, no meio de escombros.
Por outro lado pensa-se: como podem as vitímas serem os novos carrascos? Como pode um povo que sofreu tanto ser tão pouco humano com os outros? Como podem criar guetos, aqueles que lá estiveram? A religião usada como pretexto, como sempre foi.
E como podemos nós ser tão indiferentes perante os novos muros que se erguem?
E a Alexandra Lucas Coelho escreve como ninguém, com uma delicadeza e uma atenção ao detalhes fabulosas.
Muito, muito obrigada ichogochi, por fazeres circular este livro - que na altura que escrevo a JE já vai a caminho da conto.
Andei a ler devagar, porque a ler outras coisas ao mesmo tempo, na net e não só, a situar os sítios no mapa, enfim... a enquadrar um pouco melhor tanta informação.
Já foi tudo dito antes pelos leitores anteriores, de facto.
Resta-me repetir o que já disse no fórum, ou seja, que por um lado com a leitura deste livro me senti plenamente imersa num universo incrível de rigor jornalístico (daquele "à séria", com letra grande) aliado a uma qualidade de escrita fabulosa. Por outro, apercebi-me que costumo gostar muito de livros com histórias sobre pessoas normais e vidas normais mas que não são reais e, neste caso, gostei muito de um livro sobre pessoas e vidas reais, mas que não são nada normais... (pelo que é inevitável questionar ou reequacionar o meu conceito de "normal", mas enfim).
"Qual é a diferença entre a fome dos ricos e a fome dos pobres?
Abocanha suavemente o braço esquerdo com a mão direita.
- Os ricos dão dentadinhas de cachorro...
Arregala os olhos azul-cinza como um poço muito antigo, e crava as unhas no braço.
- ... os pobres arrancam a carne até ao osso."
É muito bom ler livros assim!
[a imagem mostra o muro erguido por Israel que, em alguns casos, cria cidades completamente muradas, como guetos! - basta clicar na imagem para melhor visualização]
A viagem pelas palavras vai começar. Obrigada, ichigochi!
Released 9 yrs ago (5/5/2014 UTC) at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal
CONTROLLED RELEASE NOTES:
Penso que este livro dá-nos um retrato diferente do que estamos habituados a ver/ler sobre o conflito entre Israel e Palestina, ou seja, não existe o preto e o branco, mas sim, muitas sombras de cinza. As histórias fizeram-me ver que esta questão é muito mais complicada do que parece e, como tal, não há soluções simples. É ainda curioso ver que, dentro dos próprios povos, não há consenso – há palestinianos/ israelitas que concordam com a premissa “dois povos, dois estados”, mas há outros que preferem um estado com o os diferentes povos a conviverem em paz. Pois, não é fácil…
Outro aspeto que destaco é que a autora apresenta-nos histórias que vão para além do estereótipo Israelitas ricos/ Palestinianos pobres. Na verdade, conhecemos judeus que vivem muito mal na “terra prometida” e palestinianos, filhos de “papá rico”, que vão ver concertos Rap protegidos em carros confortáveis e estudam no estrangeiro. Enfim, há de tudo e não podemos generalizar.
Finalmente, gostei do facto de Alexandra Lucas Coelho apresentar, frequentemente, contextualizações históricas que nos ajudam a compreender como se chegou a esta situação complicada. Ao ler os textos fiquei com a ideia de que a comunidade internacional – não só os países do Ocidente, mas também os países árabes - têm muita culpa naquilo que aconteceu. Logo após a segunda guerra mundial, quando se abordou a questão da criação de um Estado Judeu, ninguém parecia muito motivado em arranjar um consenso e, então, os judeus tomaram o caso em suas mãos e disseram – “se vocês não se decidem sobre as fronteiras do Estado de Israel, então nós ocupamos as terras que queremos!”. E foi o que aconteceu… e a comunidade internacional virou costas.
Segue para o próximo leitor... e obrigada, ichi, pela partilha!
lamento!
vou passar à micazy logo que ela me responda.
É curiosa a variedade de opiniões que se encontra, só nesta amostra. Eu gosto tanto da forma como a Alexandra Lucas Coelho escreve!
26jan2015 - seguiu viagem
Obrigada pela partilha :)
Dia 13 de fevereiro seguiu para kizmiaz.
Senti-me tentado a abandonar o livro logo na introdução mas a conto aconselhou-me a persistir pois a leitura melhorava daí para a frente. E, realmente, melhorou mas ainda assim foi a custo que avancei mais umas 30 páginas, depois tive de vir aqui ler as JE anteriores e mais uma vez me deixei convencer a continuar.
Cheguei a meio do livro e concluí três coisas: este tipo de literatura não é para mim, personagens interessantes não fazem um livro interessante e a paz naquela parte do mundo é tão provável como encontrar petróleo em Belém.
Dito isto, gostei de algumas das personagens mais do que das suas crenças e gostei da escrita da autora.
Seguirá para o próximo em breve.
Não há muito mais a acrescentar ao que já foi dito pelos outros leitores.
Obrigada a todos pelos vossos comentários!
Fica disponível para novas viagens :)