As lojas de canela
8 journalers for this copy...
Prenda de Natal.
TBR
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Journal Entry 2 by Arvores at Viana do Castelo, Viana do Castelo Portugal on Wednesday, October 8, 2014
Um prefácio muito interessante e uma tradução cuidada, com dois revisores. O livro apresenta também um conjunto de desenhos do autor, representativo do seu universo. O resultado final é um reflexo de todo este investimento. Com certeza, vou estar mais atento a esta editora.
A escrita de Bruno Schulz é um tanto barroca, por vezes com adjectivação excessiva, mas em muitos casos de uma beleza extraordinária. As descrições dos jardins e recantos da cidade, sobretudo associados a esse verão, são absolutamente arrebatadoras. Compreendo as alusões a Kafka, uma vez que há alguma semelhança entre os dois autores no que se refere a esse universo fantástico da metamorfose. Gostei menos desse lado do livro, mas continuo a considerá-lo absolutamente singular.
Uma boa aposta de leitura.
Outras opiniões:
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/a-sombra-do-pai-1658164
Vai agora para a Meg72, em resultado do desafio Troca-por-Troca.
A escrita de Bruno Schulz é um tanto barroca, por vezes com adjectivação excessiva, mas em muitos casos de uma beleza extraordinária. As descrições dos jardins e recantos da cidade, sobretudo associados a esse verão, são absolutamente arrebatadoras. Compreendo as alusões a Kafka, uma vez que há alguma semelhança entre os dois autores no que se refere a esse universo fantástico da metamorfose. Gostei menos desse lado do livro, mas continuo a considerá-lo absolutamente singular.
Uma boa aposta de leitura.
Outras opiniões:
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/a-sombra-do-pai-1658164
Vai agora para a Meg72, em resultado do desafio Troca-por-Troca.
Journal Entry 3 by Arvores at Viana do Castelo, Viana do Castelo Portugal on Tuesday, October 14, 2014
Enviado hoje para a Meg.
Boas leituras :-)
Beijos
Boas leituras :-)
Beijos
Obrigada, Árvores, o livro chegou são e salvo!
Este livro começou bem. Gostei da introdução e dos desenhos do autor. Mas, a pouco e pouco, a leitura foi ficando mais difícil de acompanhar e, por vezes, a minha mente voava para outras paragens. Gostei de conhecer a família, o pai tresloucado, a criada mandona e as costureiras provocantes, mas faltou o desenvolvimento da intriga. Sinto que o autor se interessava mais por descrever a paisagem, as ruas e a casa, do que criar uma história apelativa com as personagens. As descrições são bonitas, mas precisava de mais "condimento" para me agarrar.
Segue para a Pierre-Moon num RABCK de limpeza das minhas estantes.
Já está comigo. Vai ser uma estreia com este autor.
Obrigada, Meg72!
Obrigada, Meg72!
Excerto de Bruno Schulz na apresentação do livro:
"Falou-se da tendência destruidora do meu livro. Sob o ponto de vista de certos valores estabelecidos talvez seja verdade. A arte opera, porém, no sentido da profundidade anterior à moralidade; no ponto em que o seu valor está 'in status nascendi'.
Como resposta espontânea da vida, a arte distribui tarefas à ética, e não o contrário. Se a arte só devesse confirmar o que já foi noutro lado estabelecido, seria inútil. Tem o papel de sonda mergulhada no inominável. O artista é um aparelho que grava percursos em profundidade, no ponto em que se opera a formação de valor."
Em "As Lojas de Canela" o autor não se limita a descrever os lugares e pessoas, simplesmente; imprime-lhes um colorido que nos envolve em sensações de forma a conseguirmos "saborear" os ambientes e situações; descreve-os com embelezamento e vida.
Gostei de todo esse colorido, no entanto, por vezes ele talvez seja um pouco excessivo nessa criação de imagens.
"Falou-se da tendência destruidora do meu livro. Sob o ponto de vista de certos valores estabelecidos talvez seja verdade. A arte opera, porém, no sentido da profundidade anterior à moralidade; no ponto em que o seu valor está 'in status nascendi'.
Como resposta espontânea da vida, a arte distribui tarefas à ética, e não o contrário. Se a arte só devesse confirmar o que já foi noutro lado estabelecido, seria inútil. Tem o papel de sonda mergulhada no inominável. O artista é um aparelho que grava percursos em profundidade, no ponto em que se opera a formação de valor."
Em "As Lojas de Canela" o autor não se limita a descrever os lugares e pessoas, simplesmente; imprime-lhes um colorido que nos envolve em sensações de forma a conseguirmos "saborear" os ambientes e situações; descreve-os com embelezamento e vida.
Gostei de todo esse colorido, no entanto, por vezes ele talvez seja um pouco excessivo nessa criação de imagens.
Journal Entry 9 by Pierrot-Moon at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal on Friday, September 8, 2017
Released 6 yrs ago (9/3/2017 UTC) at Lisboa - City, Lisboa (cidade) Portugal
CONTROLLED RELEASE NOTES:
Vai continuar a sua viagem no âmbito da Bookbox virtual Livros@Coisas organizada pela irus.
Boa leitura, ladylouve!
Boa leitura, ladylouve!
Journal Entry 10 by ladylouve at Lisboa - Benfica, Lisboa (cidade) Portugal on Monday, September 25, 2017
Recebido e já lido!
Adorei! Um universo de sonho e pesadelo que afinal não passa da visão de um jovem. Mas o melhor é que o livro não admite que tudo isto seja parte da imaginação, transportando-nos para um universo surreal em que tudo é possível!
Digo mais: http://naomeapeteceestudar.blogspot.pt/2017/09/as-lojas-de-canela.html
Obrigada pelo envio, vou partilhá-lo em breve! =D
Adorei! Um universo de sonho e pesadelo que afinal não passa da visão de um jovem. Mas o melhor é que o livro não admite que tudo isto seja parte da imaginação, transportando-nos para um universo surreal em que tudo é possível!
Digo mais: http://naomeapeteceestudar.blogspot.pt/2017/09/as-lojas-de-canela.html
Obrigada pelo envio, vou partilhá-lo em breve! =D
Journal Entry 11 by ladylouve at Lisboa - Benfica, Lisboa (cidade) Portugal on Tuesday, November 14, 2017
Enviado hoje num BookRay horizontal. :)
E já cá está há uns dias...Ontem li o prefácio. Fiquei apaixonada pelo autor/escritor/pintor de quem não sabia nada...já andei a googlar e é fascinante. Vou ler o livro mais logo! Obrigada, Lady!
Li esta crítica num blogue e vou reproduzi-la na íntegra porque é, também, a minha opinião;
História de um homem em conflito com a vida, observador de uma família onde, porque tudo é estranho, tudo é possível, e em que a resignação anda de mãos dadas com uma quase loucura, As Lojas de Canela é, em parte romance, em parte memória, num percurso que, entre a contemplação e a fantasia, apresenta um conjunto de episódios tão peculiar como as figuras que os protagonizam. A história do pai, de Adela, de um narrador que observa e que, por vezes, ganha protagonismo nas recordações que evoca, todas elas se confundem, na conjugação de episódios que, sendo cada um deles uma história por si só, dão forma, na sua união, a um todo mais vasto. De todas estas histórias unidas, situadas num tempo vago como a recordação, resulta algo entre o romance e a memória - e é, no fundo, assim este livro. E, dele, importa dizer, antes de mais, que nunca será uma leitura fácil.
Se há algo que sobressai neste livro, e é algo que se evidencia desde os primeiros parágrafos, é a beleza da escrita. Toda a narrativa é construída entre a divagação e a descrição, com longas exposições sobre os traços dos cenários - reais ou imaginados - e das figuras que os povoam a impor à leitura um ritmo pausado, para o qual contribui também alguma tendência para o devaneio, em algumas situações. Nunca será, por isso, nem uma leitura leve, nem compulsiva. Mas a esta elaboração de ambientes e de pensamentos associa-se uma forma de expressão que, poética e harmoniosa, se adapta da melhor forma possível, quer aos momentos mais introspectivos, quer à descrição. São várias as frases que ficam na memória e a fluidez da escrita contrasta com a estranheza dos momentos mais peculiares, ao mesmo tempo que a completa com o seu toque de fantasia.
Há também, uma emoção e um estado de espírito que se insinuam ao longo da narrativa, tornando-se mais claros a cada novo episódio. Tanto nos episódios do pai, como nos do próprio narrador, a solidão é uma figura presente, construída com imagens de nostalgia e de uma resignação que é tão clara nas ideias mais racionais como nos sinais de loucura e nos momentos em que tudo se torna surreal. Esta solidão, sombria, mas descrita com palavras belas, é, no fundo, o centro de tudo, no texto, e é ela que fica na memória, tanto pela forma muito própria como é desenvolvida, como pelo que tem de universal. A presença e o medo do fracasso, com o consequente abandono de toda a estranheza, podem surgir de uma forma única, mas contêm em si algo de familiar, de recorrente, e também essa familiaridade reforça o impacto final do livro.
Este é, por isso, um livro que, por vezes, se torna difícil de seguir. As longas divagações, as ideias inesperadas e o complexo equilíbrio entre o quotidiano e a fantasia exigem atenção constante a todas as suas complexidades. Mas há também, para lá da inevitável estranheza, algo de fascínio e de magia, e estes surgem tanto da beleza das palavras como dos traços de uma forma de ser, perante a vida, que, ainda que apenas por momentos, poderia cruzar o caminho de qualquer um. E só isso bastaria para que este livro valesse a pena.
E viajou, ontem, para a conto!
História de um homem em conflito com a vida, observador de uma família onde, porque tudo é estranho, tudo é possível, e em que a resignação anda de mãos dadas com uma quase loucura, As Lojas de Canela é, em parte romance, em parte memória, num percurso que, entre a contemplação e a fantasia, apresenta um conjunto de episódios tão peculiar como as figuras que os protagonizam. A história do pai, de Adela, de um narrador que observa e que, por vezes, ganha protagonismo nas recordações que evoca, todas elas se confundem, na conjugação de episódios que, sendo cada um deles uma história por si só, dão forma, na sua união, a um todo mais vasto. De todas estas histórias unidas, situadas num tempo vago como a recordação, resulta algo entre o romance e a memória - e é, no fundo, assim este livro. E, dele, importa dizer, antes de mais, que nunca será uma leitura fácil.
Se há algo que sobressai neste livro, e é algo que se evidencia desde os primeiros parágrafos, é a beleza da escrita. Toda a narrativa é construída entre a divagação e a descrição, com longas exposições sobre os traços dos cenários - reais ou imaginados - e das figuras que os povoam a impor à leitura um ritmo pausado, para o qual contribui também alguma tendência para o devaneio, em algumas situações. Nunca será, por isso, nem uma leitura leve, nem compulsiva. Mas a esta elaboração de ambientes e de pensamentos associa-se uma forma de expressão que, poética e harmoniosa, se adapta da melhor forma possível, quer aos momentos mais introspectivos, quer à descrição. São várias as frases que ficam na memória e a fluidez da escrita contrasta com a estranheza dos momentos mais peculiares, ao mesmo tempo que a completa com o seu toque de fantasia.
Há também, uma emoção e um estado de espírito que se insinuam ao longo da narrativa, tornando-se mais claros a cada novo episódio. Tanto nos episódios do pai, como nos do próprio narrador, a solidão é uma figura presente, construída com imagens de nostalgia e de uma resignação que é tão clara nas ideias mais racionais como nos sinais de loucura e nos momentos em que tudo se torna surreal. Esta solidão, sombria, mas descrita com palavras belas, é, no fundo, o centro de tudo, no texto, e é ela que fica na memória, tanto pela forma muito própria como é desenvolvida, como pelo que tem de universal. A presença e o medo do fracasso, com o consequente abandono de toda a estranheza, podem surgir de uma forma única, mas contêm em si algo de familiar, de recorrente, e também essa familiaridade reforça o impacto final do livro.
Este é, por isso, um livro que, por vezes, se torna difícil de seguir. As longas divagações, as ideias inesperadas e o complexo equilíbrio entre o quotidiano e a fantasia exigem atenção constante a todas as suas complexidades. Mas há também, para lá da inevitável estranheza, algo de fascínio e de magia, e estes surgem tanto da beleza das palavras como dos traços de uma forma de ser, perante a vida, que, ainda que apenas por momentos, poderia cruzar o caminho de qualquer um. E só isso bastaria para que este livro valesse a pena.
E viajou, ontem, para a conto!
Journal Entry 14 by conto at Lisboa (city), Lisboa (distrito) Portugal on Saturday, February 3, 2018
Nem livro de contos, nem romance, é mais um conjunto de histórias com personagens e temas recorrentes, que mais parecem tratar-se de um conjunto de sonhos e pesadelos de alguém que se debate com tais temas e personagens.
O imaginário a que recorre é sem dúvida perturbador, mas tem a textura dos sonhos, no que estes têm de mais belo, de mais poético, com muito nonsense à mistura. No entanto, pela forma como está escrito torna-se mítico, fantástico...
Apesar de tudo isto, não posso dizer que tenha gostado muito. É algo viciante, pelo tipo de escrita e, por exemplo, a descrição da busca das lojas de canela pela noite dentro, por entre ruas e edifícios que se entrelaçam e como que desembocam uns nos outros, deixou-me verdadeiramente maravilhada. Mas não chega para ser um livro que me agarre e me faça querer ler mais e mais.
Obrigada pela generosa partilha!
O imaginário a que recorre é sem dúvida perturbador, mas tem a textura dos sonhos, no que estes têm de mais belo, de mais poético, com muito nonsense à mistura. No entanto, pela forma como está escrito torna-se mítico, fantástico...
Apesar de tudo isto, não posso dizer que tenha gostado muito. É algo viciante, pelo tipo de escrita e, por exemplo, a descrição da busca das lojas de canela pela noite dentro, por entre ruas e edifícios que se entrelaçam e como que desembocam uns nos outros, deixou-me verdadeiramente maravilhada. Mas não chega para ser um livro que me agarre e me faça querer ler mais e mais.
Obrigada pela generosa partilha!
Journal Entry 16 by conto at -- Christmas / Natal --, -- Por correio / mão própria -- Portugal on Sunday, December 9, 2018
E onde irá aterrar este livro e por que artes mágicas?
Festas Felizes a todos os bookcrossers! HO HO HO!
Festas Felizes a todos os bookcrossers! HO HO HO!
As renas deixaram-me este presente na caixa do correio.
Obrigada madrinha conto.
Pelos comentários parece um autor que vale a pena conhecer!
Feliz Natal e um 2019 muito "Bookólico" para todos ;)
Obrigada madrinha conto.
Pelos comentários parece um autor que vale a pena conhecer!
Feliz Natal e um 2019 muito "Bookólico" para todos ;)
Finalmente peguei neste livro que já estava comigo há 4(!) anos.
Gostei muito de conhecer este autor, de quem também não sabia nada, e de ver uma edição tão cuidada da obra dele.
Tal como é referido na crítica partilhada pela marialeitora, esta "nunca será uma leitura leve, nem compulsiva". Requer algum vagar e concentração para acompanhar a riqueza estilística e os devaneios oníricos do narrador. Confesso que nem sempre consegui esse nível de concentração e tive de reler algumas passagens porque a minha mente tinha desligado... Ainda assim, não deixou de ser uma ótima descoberta.
Obrigada pela partilha. O livro fica disponível para continuar a passear por aí :)
Gostei muito de conhecer este autor, de quem também não sabia nada, e de ver uma edição tão cuidada da obra dele.
Tal como é referido na crítica partilhada pela marialeitora, esta "nunca será uma leitura leve, nem compulsiva". Requer algum vagar e concentração para acompanhar a riqueza estilística e os devaneios oníricos do narrador. Confesso que nem sempre consegui esse nível de concentração e tive de reler algumas passagens porque a minha mente tinha desligado... Ainda assim, não deixou de ser uma ótima descoberta.
Obrigada pela partilha. O livro fica disponível para continuar a passear por aí :)